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SUD EXPRESS - A Plataforma da Saudade (IV)

Texto Sofia Paredes
Fotografias Dario Silva
Contraste vagaroso

A noite vai já adiantada e o sono ameaça. O cansaço da viagem faz com que adormeça quase instantaneamente. Quando acordo, o País Basco dá as boas vindas, em castelhano e em euskara, e desperta o apetite para o pequeno almoço. Os noctívagos dormem agora por todo o lado. Amontoados em compartimentos ou enrolados em sacos-cama pelo corredor, é preciso muita ginástica para ultrapassar todos os obstáculos sem pisar ninguém. Alguns abrem os olhos, com ar ensonado, espreguiçam-se e passeiam um pouco para desentorpecer as pernas. Estamos quase em San Sebastian e logo a seguir, chegamos a Irún, onde nos despedimos do Sud Expresso e depressa nos acomodamos no TGV-Atlantique. As diferenças entre um serviço e outro são evidentes e embaraçosas para o "Sud". Não é só a velocidade. O conforto e a modernidade do comboio francês superam em larga medida a oferta do Sud Expresso. É de alívio que suspiram os passageiros quando efectuam o transbordo. Sabem que o tempo passa mais depressa dentro do TGV, que vai devorando quilómetros a uma velocidade desenfreada.
CONTINUA

O Sud Express atravessa a Espanha durante a noite.
O Sud Express atravessa grande parte de Espanha durante a noite; à cabeça segue uma ruidosa locomotiva diesel que perturba o sono de quem tenta dormir na carruegem "litera" logo atrás.

Uma paragem algures no calor da noite espanhola.
Uma paragem algures no calor da noite espanhola.